Estudo
Vacina da Covid-19 pode ser menos eficaz em obesos, alertam pesquisadores
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Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, levanta preocupações sobre o impacto da obesidade na eficácia de uma vacina contra a Covid-19. De acordo com os autores, o sistema imunológico de pessoas com sobrepeso é naturalmente mais fraco e a vacina pode não funcionar tão bem nesta parcela da população.
Em entrevista ao jornal The Guardian, o coordenador do estudo Barry Popkin — um renomado pesquisador do tema obesidade — afirmou que existe a suspeita, com base nos conhecimentos adquiridos no desenvolvimento das vacinas para Sars e gripe, que o benefício da imunização para os obesos pode ser menor em comparação com o proporcionado às outras pessoas.
Trabalhos anteriores da professora de nutrição da Escola de Saúde Pública Global Gillings, Melinda Beck — que também participa do estudo da Carolina do Norte — mostraram que a vacina contra a gripe é menos eficaz em adultos com obesidade. “Não estamos dizendo que a vacina será ineficaz em populações com obesidade. Mas, em vez disso, que a obesidade deve ser levada em conta como um fator modificador a ser considerado durante os testes de vacinas”, sugere a professora.
“Mesmo uma vacina menos protetora ainda oferecerá algum nível de imunidade”, completa Melinda.
Riscos
Outro ponto preocupante do estudo publicado na revista Obesity Reviews é o fato de pessoas com índice de massa corporal acima de 30, consideradas obesas, terem 48% mais risco de morte pela Covid-19. Ao revisar pesquisas realizadas na Itália, França, Reino Unido, Estados Unidos e China, os autores descobriram que as chances de hospitalização aumentam em 113% no caso de pessoas obesas. Elas também correm maior risco de serem internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) – 74%.
O estudo norte-americano lembra ainda que, durante os períodos de infecção, a glicose não controlada prejudica a resposta das células imunológicas aos patógenos. Médicos têm alertado para a maior vulnerabilidade de pessoas obesas à Covid-19 devido a fatores de risco associados como hipertensão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e doença renal crônica.